Este poema é como o tempo, não tem início nem fim, caminha sempre para frente, não importa em que momento você começar e onde vai terminar. Experimente.
Ponta Verde Ensolarada verde musgo ou esmeralda verde mar não ver-te me dá ânsia de voar, já pra Maceió romper o nó que entrava a garganta e adentrar já às tantas em tuas águas claras, rasas
O vento que sopras espicaça minha pele à mostra
Recobro o ânimo e a ânima recorda aos pedaços a história de emoções que emana do sargaço da areia e do mormaço
Entrego então meu devaneio à vazante e largo meu corpo errante à imensidão de teus braços.
Ah, Deus! Como eu queria que caisse sobre mim a poesia com a força de cem Caetanos necessariamente baianos para trazerem da areia rastros da praia que habitariam
E com que suavidade eu teria a capacidade de fazer o verso brotar sinto gozo ao pensar...
Mas meu caminho pelas letras como quase todos poetas - se posso me chamar assim - é tortuoso, íngreme, sem fim
Enquanto escrevo, ou melhor, digito tudo o que quero ver dito transforma-se como mágica de forma prática em palavras de sentido que espelham como podem corações que explodem como se isso fosse possível
Parece até incrível amo a poesia e dela tento noite e dia extrair o meu sustento. Não o monetário, financeiro pois sendo eu brasileiro não poderia jamais supor viver da arte, do amor, de tudo que for verdadeiro. Mas o sustento de minh´alma para torná-la serena, calma e me dar forças para o dia que começa à revelia do meu louco querer.
Ah, eu queria saber Deus que me conforta se há passagem, ou porta que me leve direto à inspiração e que não passe pelo coração que deturpa, confunde, mente não sabe nem o que sente e o que inventa ou tenta.
E assim, ao som de violinos tento extrair versos finos que tenham algum sentido mas como, se nem tenho sido sincero comigo?
Venha, meu amigo me ajude a extrair o verso: parir porque o poema é filho trem sem trilho seta sem direção luz e escuridão
Enquanto isso, o vinho que bebo agora sozinho dança em minha mente e nem quem sente o seu efeito jogado em seu leito pode viajar assim solto, fluido, afim e compreender como seria essa bruta poesia que surge agora em mim